O que é?
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das principais causas de morbimortalidade no mundo, sendo que nos Estados Unidos ele é a 3ª causa de morte na população geral e a 2ª causa de morte entre as mulheres.
As artérias carótidas são as principais responsáveis pela chegada de sangue ao cérebro. Com o envelhecimento, estas artérias podem tornar-se obstruídas, diminuindo, assim, a quantidade de sangue que chega ao cérebro. A doença carotídea aterosclerótica é um fator importante na patofisiologia do Acidente Vascular Cerebral e representa uma peça chave na prevenção do mesmo.
A doença carotídea extra-craniana (isto é, no segmento do pescoço da artéria carótida) é responsável por cerca de 20% das ocorrências de AVC. Entre os pacientes que sofrem um AVC por doença carotídea, 50-75% tem doença nas artérias carótidas passível de tratamento cirúrgico.
A causa mais frequente de doença carotídea extracraniana é a aterosclerose, mas outras causas incluem displasia fibromuscular, necrose cistica da média, arterite e dissecção do vaso. A aterosclerose é uma doença sistêmica, e os pacientes portadores de doença carotídea extracraniana tem um risco aumentado para outros eventos cardiovasculares, incluindo infarto agudo do miocário, doença arterial obstrutiva periférica e morte.
Os fatores de risco incluem o envelhecimento (> após os 60 anos), diabetes, hipertensão arterial, fumo, obesidade, sedentarismo, colesterol elevado, história familiar.
Podem não haver sintomas no início da doença, e um AVC ser a primeira manisfestação dela. Em geral, pequenos sinais antecedem o AVC. É o chamado Ataque Isquemico Transitório (AIT). Ele se carateriza por ser de curta duração (algumas horas) e não deixarem sequelas. Os sintomas incluem fraqueza e dormência de um dos lados do corpo, perda temporária de parte da visão, dificuldade na fala , tontura e confusão mental.
Quando os sintomas são mais prolongados, caracterizam o AVC, que trás o risco de deixar sequelas permanentes.
>O diagnóstico de doença carotídea extracraniana é feito por exame de imagem. Seja preventivamente, em pacientes com risco aumentado para doença carotídea, seja em pacientes sintomáticos. O ecocolordoppler, a angiotomografia computadorizada, a angiorressonância magnética e a angiografia dos vasos extracranianos são os exames utilizados para diagnóstico e planejamento do tratamento.
Múltiplos tratamentos foram desenvolvidos para combater esta doença. A cirurgia carotídea (endarterectomia carotídea) é extremamente eficaz para a prevenção de um AVC; o procedimento endovascular com angioplastia da artéria carótida e colocação de stent é uma nova opção de tratamento, menos invasivo que a endarterectomia; e avanços na terapia medicamentosa também propiciaram diminuição na incidência de AVCs. Devem ser pesados os riscos e benefícios de cada modalidade de tratamento, dependendo do grau de estenose (obstrução) presente nas artérias.
Endarterectomia Carotídea
A endarterectomia carotídea é a cirurgia realizada para a remoção de placas
que obstruem as artérias carótidas extracranianas. É realizada através de uma
pequena incisão no pescoço a fim de expor o segmento de artéria doente. A artéria
é aberta e a placa removida, mantendo-se o fluxo para o cérebro durante o procedimento
através de um desvio do fluxo sanguineo carotídeo. Após, a artéria é costurada.
A cirurgia dura cerca de 1 hora, com o paciente devendo permanecer no hospital
por 1 a 3 dias. As atividades normais podem ser retomadas após uma semana,
desde que não exijam esforço físico. Pode haver dor no pescoço por algumas
semanas.
Os pacientes mais beneficiados com o procedimento são aqueles sintomáticos com estenose (obstrução) maior que 70% da luz do vaso.
Os riscos do procedimento dependem da idade e do estado de saúde geral, da perícia e experiência do cirurgião, e, da estrutura e experiência do hospital onde for realizada a mesma.
Angioplastia de carótida
A angioplastia carotídea com colocação de stent foi desenvolvida para ser um procedimento menos invasivo que a endarterectomia de carótida. Ele surgiu como uma alternativa para os pacientes considerados como de alto risco cirurgico para serem submetidos a endarterectomia. Desde o seu surgimento, há 20 anos, a técnica endovascular vem sofrendo contínuo aperfeiçoamento, através da melhoria dos materiais utilizados. O procedimento geralmente é feito sob anestesia local, através de punção da artéria femoral, durando cerca de 1 hora e podendo ser ambulatorial ou com internação hospitalar de 1 dia. As atividades normais podem ser retomadas na primeira semana. Pode haver dor e mancha roxa (hematoma) na região inguinal (local da punção) por algumas semanas.
Os pacientes mais beneficiados com o procedimento são aqueles com alto risco para serem submetidos a endarterectomia carotídea.
Os riscos do procedimento dependem da perícia e experiência do cirurgião, e, da estrutura e experiência do hospital onde for realizada a mesma.
A prevenção da doença aterosclerótica carotídea extracraniana se baseia em evitar e corrigir os fatores de risco , adotando um estilo de vida saudável, com prática regular de exercícios físicos e alimentação adequada